A cibersegurança, sem dúvida, apresenta uma nova fronteira de desafios para a liderança. O ambiente digital de hoje, que impulsiona a inovação e o crescimento, também abriu as portas para uma enxurrada de ameaças. O cenário é especialmente crítico no Brasil. De fato, de acordo com o relatório da IBM Cost of a Data Breach 2024, o país é um dos mais visados por cibercriminosos na América Latina. O combate a essa ameaça, portanto, deixou de ser uma responsabilidade exclusiva da área de TI e se tornou uma questão central de governança.
O custo de uma violação de dados no Brasil atingiu a cifra alarmante de R$ 7,19 milhões, um aumento significativo em relação aos anos anteriores, conforme o mesmo relatório. Esse valor não reflete apenas os prejuízos financeiros diretos, mas também os danos incalculáveis à reputação, à confiança de clientes e, é claro, a possíveis sanções legais. Eis a verdade dura: a cibersegurança é, fundamentalmente, uma questão de gestão de riscos e ética, e a alta liderança precisa estar na linha de frente dessa batalha.
Este artigo desvenda as razões pelas quais as empresas brasileiras estão tão vulneráveis. Além disso, vamos explorar os pilares de uma estratégia de proteção eficaz, mostrando por que o C-Level precisa liderar essa agenda para garantir a continuidade e a integridade de seus negócios.
O cenário de alto risco no Brasil
O Brasil se firmou como um dos principais alvos de ataques cibernéticos globais, e os dados confirmam a gravidade da situação. Uma pesquisa da empresa de segurança cibernética ESET revelou que o país registrou 201 mil ameaças digitais no primeiro semestre de 2024. O cenário de risco é alimentado por uma combinação de fatores, como a infraestrutura digital em expansão e a relativa falta de maturidade em segurança em muitas organizações.
A natureza dos ataques também evoluiu. Atualmente, os cibercriminosos não se limitam a invadir redes, mas usam técnicas sofisticadas como phishing e ransomware para extorquir dinheiro. A Kaspersky, por exemplo, revelou mais de 106 mil detecções de ransomware no país somente em 2024, com destaque para os setores governamental e de saúde. O ransomware, em particular, é uma ameaça séria que pode paralisar as operações de uma empresa em questão de horas.
📊 Box estatístico
O custo médio de um ataque cibernético no Brasil atingiu a cifra de R$ 6,75 milhões, segundo dados do relatório da IBM Security 2024.
Cibersegurança: Uma questão de governança, não de TI
Tradicionalmente, a cibersegurança era vista como um problema técnico, a ser resolvido pelo departamento de TI. Hoje, no entanto, essa visão é perigosamente ultrapassada. O Gartner, por exemplo, prevê que, até 2026, 50% dos C-Levels terão metas de cibersegurança em seus contratos, o que reforça que a responsabilidade está migrando para o topo da hierarquia. A proteção da empresa é um ativo de negócio, e por isso, exige um modelo de governança.
A governança em cibersegurança refere-se ao conjunto de normas, políticas e práticas que orientam uma organização na gestão da segurança da informação. Não se trata apenas de instalar firewalls, mas de criar uma cultura de conscientização e responsabilidade que permeie todos os níveis da empresa. De acordo com a WTW, 66% das empresas já contam com uma liderança executiva na supervisão da estratégia de segurança, o que demonstra uma mudança de paradigma. A LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), aliás, atua como um catalisador dessa mudança, ao impor sanções severas para a não conformidade e exigir uma postura proativa da gestão.
Os pilares da cibersegurança estratégica
Proteger uma empresa de forma eficaz exige uma estratégia holística que vai muito além da tecnologia. O C-Level precisa se concentrar em três pilares fundamentais, que formam a base de uma defesa robusta: Pessoas, Processos e Tecnologia.
Pessoas: O elo mais fraco (e mais forte) da corrente
Muitos ataques cibernéticos começam com engenharia social e phishing, explorando o elo mais fraco de qualquer sistema: o ser humano. Para mitigar esse risco, o C-Level deve investir pesadamente em conscientização e treinamento. A equipe precisa entender que a segurança é uma responsabilidade de todos, e não apenas do departamento de TI. Isso significa sessões de treinamento regulares sobre como identificar e-mails de phishing, a importância de senhas fortes e a atenção a comportamentos suspeitos. A cibersegurança eficaz começa com uma cultura de vigilância e aprendizado.
Processos: Estabelecendo a governança e a resiliência
Um bom programa de cibersegurança é construído sobre processos sólidos. Isso inclui o desenvolvimento de políticas claras sobre o manuseio de dados, planos de resposta a incidentes e a realização de auditorias regulares. Um framework de governança, como o NIST ou o ISO/IEC 27001, oferece um guia prático para gerenciar riscos, proteger ativos e garantir a conformidade regulatória. Para o C-Level, é crucial que esses processos não fiquem apenas no papel; eles devem ser testados e aprimorados constantemente.
Tecnologia: Investindo com inteligência
A tecnologia é um pilar vital, mas o investimento deve ser estratégico. A alta liderança precisa garantir que a empresa esteja equipada com soluções de segurança robustas, como firewalls, sistemas de detecção de intrusão e ferramentas de proteção de endpoints. No entanto, o foco deve ser em como essas ferramentas se integram a um ecossistema de segurança maior, e não em soluções isoladas. O investimento em inteligência artificial e aprendizado de máquina, por exemplo, pode ajudar a automatizar a detecção e resposta a ameaças, reduzindo o tempo de exposição e minimizando os custos de um possível ataque.
Cibersegurança: ação imediata para proteger seu negócio
Diante de um cenário de ameaças tão complexo, a inércia não é uma opção. Para liderar a cibersegurança de forma eficaz, o C-Level deve adotar um plano de ação claro.
- Assuma a liderança: Deixe claro para toda a organização que a segurança é uma prioridade estratégica, e que o engajamento de todos é vital.
- Eduque sua equipe: Invista em treinamentos contínuos. Segundo a Deloitte, empresas que comunicam claramente seus objetivos têm 4,5 vezes mais chances de engajar seus funcionários. A cibersegurança, então, deve ser parte dessa comunicação.
- Implemente a governança: Estabeleça um comitê de segurança com representantes de diferentes áreas da empresa. O Gartner prevê que a governança de riscos cibernéticos é necessária para o sucesso no cenário digital, precisando envolver as lideranças na supervisão da cibersegurança.
- Integre segurança ao negócio: A segurança deve ser parte do ciclo de vida de cada projeto e produto, e não um item a ser resolvido apenas no final.
- Monitore e adapte: As ameaças cibernéticas evoluem. Portanto, sua estratégia de segurança também deve evoluir. Invista em monitoramento contínuo e em avaliações de vulnerabilidade para se manter sempre um passo à frente dos criminosos.
A ética e o compromisso da liderança
A cibersegurança não é apenas um custo ou um problema técnico a ser resolvido. Ela é, na verdade, um imperativo ético e um diferencial competitivo. Em um mundo onde a confiança do cliente é o ativo mais valioso, a capacidade de proteger dados e operações é o que separa as empresas resilientes daquelas que se tornam estatísticas de fracasso.
O C-Level tem a responsabilidade de liderar essa agenda, transformando o desafio em uma oportunidade para fortalecer a governança, a cultura e a resiliência de suas organizações. Proteger uma empresa não é apenas defender seus ativos financeiros, mas sim salvaguardar seu futuro.
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Aline Bocardo
✍️ Sou Aline Bocardo, palestrante e mentora de líderes, especialista em Inteligência Artificial e Transformação Digital pelo MIT e em Liderança Executiva pela Harvard. Referência em Liderança 5.0, ajudo executivos a transformar tecnologia em estratégia, equipes de alta performance e resultados consistentes. Atuo há mais de 20 anos na gestão pública, privada e no terceiro setor, ajudando empresários e gestores a inovar com tecnologia, estratégia e impacto real.